Et maintenant le désir – 4 questões sobre o lugar hoje

Autores

  • Paulo Brito da Silva Doutor em Arquitectura. Professor Auxiliar na Universidade Lusíada de Lisboa.

Palavras-chave:

Arquitectura, Lugar, Ética, Desejo

Resumo

Pensar sobre qual o sentido e a utilidade do lugar hoje torna-se numa indagação sobre a essência humana. Habitar é uma experiência que ocorre dentro de nós, que interpreta as relações espacio-temporais entre as coisas que nos rodeiam, e que também tem uma componente ética, pressupondo uma finalidade, rejeitando uma aceitação indiferente das inevitabilidades ditas estruturais. Porque, sem essa vontade, a arquitetura é apenas um produto de consumo. Mas, mesmo como mero produto, apenas prospera se seduzir as pessoas, se lhes proporcionar uma experiência e for lugar, apelando à memoria, à imaginação e ao sentidos. Não pode ser indiferente, tem que deslumbrar, emocionar e cativar. O desejo tornou-se no factor de re-humanização, de re-centramento no sujeito, numa experiência do espaço e das coisas, relacionado a coisa construída com o sujeito através da comunicação, nas suas mais diversas formas. A arquitetura do desejo é comunicação. A arquitetura como arte predominantemente pública é um meio, uma oportunidade de emocionar as pessoas e, de certo modo, um desafio ético. Habitamos na megalopolis reconhecendo-a como inabitável, em que cada pensamento, cada imagem, cada sensação e cada afeto são um habitar do inabitável, como se fosse uma homenagem à casa que já não podemos habitar, mas que nos habita, deixada nas paredes, como se fosse um graffiti ou um protesto.

Biografia Autor

Paulo Brito da Silva, Doutor em Arquitectura. Professor Auxiliar na Universidade Lusíada de Lisboa.

Doutor em Arquitetura e Mestre em Teoria da Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Artes da Universidade Lusíada de Lisboa. Licenciado em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa. Professor Auxiliar, desde Janeiro de 2010, na Faculdade de Arquitetura e Artes da Universidade Lusíada de Lisboa, onde lecionou como assistente desde 1990. Subdiretor do Fórum UNESCO Portugal, Universidade e Património, entre 1998 e 2003. Subdiretor do Centro Lusíada de Estudos Tecnológicos entre 1998 e 2002. Foi assessor do Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações entre 1989 e 1990 e assessor do Secretário de Estado dos Transportes entre 2003 e 2004. Foi membro da Equipe de Missão do Metro do Sul do Tejo, em representação do MOPTH, entre 2004 e 2006. É funcionário do Metropolitano de Lisboa, EPE desde 1991, onde colaborou no planeamento e projeto do desenvolvimento da rede e assessorou o CG. Foi membro da Direção e secretário da Assembleia Geral da ADFER – Associação para o Desenvolvimento Ferroviário. Participou em várias conferências e seminários e é autor de diversos artigos em revistas.

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Publicado

2013-10-03

Como Citar

Silva, P. B. da. (2013). Et maintenant le désir – 4 questões sobre o lugar hoje. Revista Arquitectura Lusíada, (2), 107–114. Obtido de http://revistas-prod.lis.ulusiada.pt/index.php/ral/article/view/244

Edição

Secção

Artigos