Sonho de J. Taborda de Magalhães, projecto de M. Ventura Terra: Colónia da Sineta, Caxias, 1910
Palavras-chave:
Caxias, João Taborda, Taborda de Magalhães, Lagoal, Norte Júnior, Ventura TerraResumo
Existem em Caxias, na Avenida Taborda de Magalhães, duas belas e distintas moradias unifamiliares sobre as quais quase nada se sabia, até 2008, sendo as suas peças desenhadas inéditas e as suas autorias desconhecidas: a “Vivenda Castro” (de Norte Júnior) e a “Colónia da Sineta” (de Ventura Terra).
A “Colónia da Sineta” representa a materialização do sonho de João Taborda de Magalhães, surgido em Agosto de 1906, de criar colónias de verão para crianças pobres. Foi, a essa data, iniciada uma subscrição, no jornal “Diário de Notícias”, que viria a mostrar-se frutuosa. Ao fim de cerca de três anos e meio a iniciativa conseguira amealhar o que seria, aos dias de hoje, a quantia de cerca de cinquenta mil euros.
Os donativos fizeram-se em dinheiro, em materiais de construção e em trabalho. O projecto, não assinado, e até agora desconhecido, foi traçado por Ventura Terra. A construção, iniciada em 1910 e só concluída na década de 1920, foi missão do construtor civil José de Passos Mesquita. A autoria do friso azulejar exterior será de Jorge Collaço, a crer nas palavras do “sineteiro” Taborda de Magalhães.
A distinta edificação, fruto da fusão de forças e de esforços de centenas de pessoas, apresenta-se, atualmente, em extremo risco físico. A sumária análise de estado de conservação exterior, revelou total descaracterização de vãos e de revestimentos e acabamentos, sendo notório o deficiente estado estrutural da centenária “Colónia da Sineta”.
Pretende-se, com este artigo, dar a conhecer um pouco da origem do edifício e daqueles que mais diretamente se envolveram na sua criação. Mas é nossa intenção, acima de tudo, alertar para o risco que corre e contribuir para a sua merecida, correta e célere intervenção.